A pesca monitorada do bagre-marinho voltou a ser autorizada em Imbé e Tramandaí após decisão do juiz da 9ª Vara Federal de Porto Alegre, Bruno Brum Ribas, anunciada na quinta-feira (16). A medida atende ao pedido de liminar feito pelos municípios em 2 de outubro, reconhecendo a importância econômica, social e cultural da atividade para a região.
A decisão levou em consideração resultados de monitoramentos pesqueiros realizados entre 2019 e 2024, incluindo o Monitoramento Pesqueiro do Rio Tramandaí (Mopert), que indicaram estabilidade da biomassa do bagre e a viabilidade de manejo sustentável da espécie. O encontro com o magistrado contou com a presença de autoridades municipais, entre elas o prefeito de Imbé, Ique Vedovato, o vice-prefeito Régis Cacetinho, secretários municipais e assessores jurídicos.
Durante a reunião, foram destacadas as articulações do município com o Governo do Estado para fortalecer o envolvimento da Secretaria Estadual de Meio Ambiente nos trabalhos de monitoramento, iniciativa que, segundo o município, foi decisiva para a liberação da pesca.
A pesca do bagre-marinho movimenta cerca de R$ 5 milhões por ano na região, considerando vendas diretas, comércio local, turismo e restaurantes. Imbé se compromete a manter o monitoramento da atividade por pelo menos 18 meses, garantindo a sustentabilidade do recurso.
Desde 2014, a captura do bagre-marinho estava suspensa em toda a bacia hidrográfica do Rio Tramandaí. O projeto Mopert, iniciado em 2018 pela UFRGS, teve como objetivo estudar a dinâmica da pesca e fornecer dados para políticas de manejo sustentável. Após o encerramento do projeto em 2022, as prefeituras de Imbé e Tramandaí assumiram a execução do monitoramento nos anos de 2023 e 2024.
A liberação da pesca representa um equilíbrio entre conservação ambiental e desenvolvimento econômico, beneficiando pescadores artesanais e a economia local do Litoral Norte gaúcho.