O Brasil está próximo de ter uma vacina contra a covid-19 totalmente nacional. A SpiN-TEC, desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), avançou para a fase final de testes clínicos após a publicação do primeiro artigo científico sobre sua segurança em humanos. A expectativa é que o imunizante possa ser disponibilizado à população pelo SUS até o início de 2027.
Nos estudos realizados, a SpiN-TEC apresentou menos efeitos colaterais que a vacina da Pfizer, além de induzir uma resposta imunológica eficaz. A vacina adota uma estratégia de imunidade celular, que prepara o sistema imunológico para atacar apenas as células infectadas, aumentando a proteção contra diferentes variantes do vírus.
O desenvolvimento da vacina contou com R$140 milhões em investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), abrangendo desde testes pré-clínicos até ensaios clínicos. A fase 1 envolveu 36 voluntários, e a fase 2, 320 participantes. A próxima etapa, fase 3, deve incluir cerca de 5,3 mil voluntários em todas as regiões do país, aguardando autorização da Anvisa.
O CT-Vacinas, criado em 2016, também atua em pesquisas para outras doenças, como malária, leishmaniose, chagas e monkeypox, reforçando a estratégia do país de desenvolver autonomia e soberania na produção de vacinas.
Caso seja aprovada, a SpiN-TEC representará o primeiro imunizante idealizado e testado integralmente no Brasil a chegar à população, fortalecendo o ecossistema nacional de desenvolvimento e produção de vacinas.