O governo do Rio Grande do Sul, por meio do programa SUS Gaúcho, iniciará o repasse de recursos inéditos para que municípios possam garantir o transporte de pacientes às consultas especializadas. Até o final deste ano, R$ 12,6 milhões serão distribuídos a 488 cidades, com previsão de R$ 50,4 milhões em 2026.
O programa foi criado para reduzir as altas taxas de ausência em consultas especializadas, que podem chegar a 40%, especialmente em cidades menores ou com baixa renda. A dificuldade de deslocamento para os atendimentos em localidades distantes é apontada como um dos principais fatores para o adiamento de diagnósticos e tratamentos.
Entre os municípios que receberão os maiores valores mensais estão Tavares e Mostardas, ambos no Litoral Norte gaúcho. Tavares, com 5.319 habitantes, receberá R$ 11,7 mil mensais, enquanto Mostardas, com 12.346 moradores, terá R$ 11,1 mil por mês.
Outros municípios com repasses significativos incluem Santa Margarida do Sul (R$ 13,6 mil), São Gabriel (R$ 12,8 mil) e Chuí (R$ 12,6 mil). Os valores foram definidos com base no percentual de dependência do SUS, taxa de ausências em consultas especializadas e distância para os centros de atendimento, privilegiando cidades menores que necessitam transportar pacientes para outras localidades.
O SUS Gaúcho também integra o Sistema de Gerenciamento de Consultas (Gercon), que monitora as filas de atendimento em todo o Estado, priorizando os casos mais urgentes e promovendo maior transparência na marcação de consultas. A iniciativa busca aumentar tanto a presença em primeiras consultas quanto em retornos, reduzindo o tempo de espera e melhorando a cobertura de atenção especializada.
Nos municípios do Litoral Norte, o recurso permitirá otimizar deslocamentos para consultas em cidades vizinhas, garantindo que os pacientes não percam atendimentos devido à falta de transporte, ao mesmo tempo em que desafoga os custos das prefeituras com o serviço.