A instalação de uma nova placa de sinalização na Rua Espírito Santo, em Porto Alegre, após o incêndio de um ônibus de turismo que transportava 55 estudantes, vem gerando debate sobre os critérios técnicos adotados pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). O acidente, ocorrido na última sexta-feira (3), não resultou em feridos, mas levantou preocupações sobre a segurança viária na região.
Após o episódio, a EPTC concluiu que a via é muito íngreme para a descida de ônibus e instalou uma placa de proibição (R-38) no local, restringindo o acesso desse tipo de veículo. No entanto, caminhões continuam autorizados a trafegar pela rua, o que causou estranheza entre especialistas e moradores.
De acordo com a EPTC, a manutenção do acesso de caminhões foi decidida em função da demanda de estabelecimentos locais, como a Cúria Metropolitana, que dependem de veículos pesados para abastecimento e serviços.
A medida também será aplicada em outro ponto da cidade — na Rua Marechal Floriano Peixoto, próximo à Rua Duque de Caxias —, mas não deve ser estendida a outras vias com inclinação semelhante ou até mais acentuada.
A Associação Brasileira dos Advogados de Trânsito (Abatran), através de sua presidente, em conversa com GZH, defende que a decisão da EPTC precisa ser amparada por critérios técnicos claros e transparentes, uma vez que restringir ônibus e permitir caminhões pode representar incoerência sob o ponto de vista da segurança viária.
