Bruno de Mello da Rosa, considerado de alta periculosidade e reincidente em tráfico de drogas, foi preso na manhã desta quarta-feira (1º) em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo. O homem havia sido detido em flagrante em Taquari no dia 15 de setembro, mas acabou liberado por decisão do delegado após a Brigada Militar se recusar a recebê-lo na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas.
O caso
No dia 15 de setembro, Rosa foi abordado por uma equipe da Brigada Militar enquanto saía de um imóvel usado para a distribuição de drogas. Com ele foram encontrados 76 porções de cocaína, cerca de R$1 mil em dinheiro e um celular. Ele se declarou integrante de uma facção criminosa.
Após o flagrante, a Justiça converteu a prisão em preventiva, considerando a reincidência do suspeito, que já possuía condenação definitiva por tráfico de drogas. A audiência de custódia foi dispensada pelo juiz Felipe Almeida Sant’Anna, da 2ª Vara Judicial de Taquari.
No dia seguinte, ao ser conduzido à PEJ, o sargento Jorge Luis Pimentel Filho se negou a recebê-lo, alegando que Rosa não havia passado por audiência de custódia, apesar do mandado de prisão dispensar essa etapa. Diante do impasse, o delegado Marcelo Hartz determinou a libertação do suspeito, que ficou foragido desde então. A soltura teria ocorrido na rodoviária de Charqueadas.
A Brigada Militar defendeu que a recusa seguiu protocolos da Penitenciária, enquanto a Polícia Civil explicou que a medida visava preservar os direitos do preso e a operação da DPPA de Lajeado, que funciona em sede provisória com apenas uma cela.
Recaptura
Nesta quarta-feira (1°), Rosa se entregou espontaneamente à Delegacia de Venâncio Aires, após buscas em endereços dele e de familiares. Ele será encaminhado à Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (PEVA).A Polícia Civil de Lajeado finalizou o inquérito relacionado ao flagrante, indiciando Rosa por tráfico de drogas, e o juiz Sant’Anna manteve a prisão preventiva, destacando que a falta de audiência de custódia não invalida a medida cautelar. Ofícios foram enviados às corregedorias da Polícia Civil e Polícia Penal para apuração do impasse, sem mencionar a Brigada Militar.