O preço da carne bovina no Rio Grande do Sul registrou alta de 34,8% em 12 meses, comparando agosto de 2025 com o mesmo mês de 2024, segundo o NESPro/UFRGS. Cortes populares, como vazio e filé mignon, chegaram a subir mais de 40% no período.
A alta é explicada pela demanda mundial aquecida e pela abertura de caminhos para exportação. Estados Unidos, Brasil, Austrália e Argentina enfrentam redução em seus rebanhos, e o Brasil redirecionou exportações para países como o México. Segundo o professor Júlio Barcellos, coordenador do NESPro, os preços pagos pelos produtores não subiram na mesma proporção, indicando apropriação de margens pelo varejo e frigoríficos.
O impacto do aumento também atinge outras proteínas: carne suína subiu 34,3% e frango em pedaços 6,45%, conforme o NESPro e IBGE.
O NESPro prevê nova alta entre 3% e 5% nos próximos 45 dias, impulsionada pelo preço do boi e continuidade das exportações. Apesar disso, o consumo per capita no RS se mantém em 26 quilos por ano, com preferência por cortes mais acessíveis.
Exemplos de variação de preços:
- Carne moída de segunda: de R$ 18/kg (ago/24) para R$ 25,70/kg (ago/25) – +42,8%
- Picanha: de R$ 76/kg (ago/24) para R$ 87/kg (ago/25) – +14,5%