A Polícia Civil estima que aproximadamente 240 animais, entre cães e gatos, tenham sido mortos de forma irregular durante a gestão da ex-secretária de Bem-Estar Animal de Canoas, Paula Lopes. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (4), no âmbito da Operação Carrasco, que apura suspeitas de eutanásia ilegal e desvio de recursos.
De acordo com a investigação, os animais teriam sido recolhidos das ruas ou entregues por famílias para adoção. A estimativa corresponde aos oito meses analisados pela polícia.
Além da suspeita de mortes irregulares, a ex-secretária é investigada por possível desvio de valores arrecadados por meio de uma ONG da qual é dirigente. Segundo a polícia, a entidade solicitava doações com a promessa de custear resgates e cuidados, mas parte dos recursos pode ter sido destinada a outros fins. Durante as buscas, os agentes apreenderam R$ 100 mil em espécie em um imóvel ligado à investigada.
A operação cumpriu seis mandados de busca e apreensão em propriedades da ex-secretária e na sede da secretaria. Foram recolhidos documentos, computadores e registros de entrada e saída de animais. Cerca de 15 carcaças foram encontradas em um freezer, além de gatos vivos em situação de maus-tratos.
As denúncias chegaram à polícia por meio de ativistas da causa animal, que relataram a morte de mais de 20 animais por semana. Um dossiê com fotos e informações de pets desaparecidos reforçou as suspeitas. Também há indícios de descarte irregular dos corpos, sem registros oficiais, e possível fraude em laudos veterinários.
A Prefeitura de Canoas divulgou nota afirmando que recebeu com indignação as denúncias e que abriu procedimento interno para apurar os fatos. A administração municipal declarou colaborar com as investigações.
A ex-secretária foi exonerada do cargo em 18 de agosto e, nas redes sociais, negou irregularidades.