O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), em conjunto com a Polícia Civil e com apoio da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (CAGE), deflagrou nesta segunda-feira (1º) a Operação Laranjal II, que apura fraudes em contratos públicos de limpeza e suposta prática de dumping social por empresas do setor.
A ação resultou no cumprimento de dois mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em diferentes municípios gaúchos, entre eles Mostardas, no Litoral Norte, além de Porto Alegre e Butiá.
De acordo com o MPRS, as empresas investigadas teriam atuado de forma coordenada em pelo menos 37 licitações, simulando concorrência e reduzindo artificialmente custos trabalhistas, o que gerava prejuízos ao poder público e aos trabalhadores. O esquema envolveria contratos que, somados, chegam a cerca de R$ 100 milhões.
Os presos foram identificados como empresários apontados como sócios ocultos das empresas investigadas. Eles já haviam sido alvos de outras operações no Estado, mas teriam mantido o mesmo modus operandi, utilizando “laranjas” e novas empresas para burlar fiscalizações.
Além das fraudes em licitações, as investigações apontam para a prática de dumping social, com descumprimento de obrigações trabalhistas como salários, encargos e benefícios. Essa conduta, segundo o Ministério Público, transferia para o Estado parte dos custos e forçava contratações emergenciais para a manutenção dos serviços.
A operação mobilizou equipes da Polícia Civil e do MPRS em Mostardas, reforçando a abrangência da investigação na região do Litoral Norte. O caso segue sob análise da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, que busca responsabilizar os envolvidos e recuperar valores desviados.