A Corsan completou, em julho, dois anos sob gestão privada do Grupo Aegea, marcados por um ciclo de expansão e modernização considerado inédito no saneamento do Rio Grande do Sul. Desde 2023, a Companhia investiu R$ 3,85 bilhões — quase quatro vezes a média anual histórica — em obras, tecnologia, segurança operacional e qualificação de equipes.
O balanço, apresentado ao Governo do Estado na última segunda-feira (11), destaca avanços como o aumento de 40% na cobertura de esgoto, obras simultâneas em todas as regiões e implantação de um plano pioneiro de resiliência hídrica para enfrentar eventos climáticos extremos. A meta é universalizar o acesso à água tratada para 99% da população e alcançar 90% de cobertura de esgoto até 2033, em linha com o Marco Legal do Saneamento.
Entre os resultados, estão 180 mil novas conexões de água, beneficiando 540 mil pessoas, e a ampliação da capacidade de abastecimento de 19,1 mil para 25 mil litros por segundo. No esgoto, 284 mil novos imóveis foram atendidos, elevando a cobertura de 20% para 28%. As obras incluem 11 novas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), 3 Estações de Tratamento de Água (ETAs), 500 km de redes de água e 629 km de redes de esgoto.
O Centro de Operações Integradas (COI), que recebeu R$ 60 milhões em investimentos, passou a monitorar em tempo real a operação nas 317 cidades atendidas, permitindo ações preventivas e redução de perdas de água. No campo ambiental, a empresa caminha para uma matriz 100% renovável até o fim de 2025, já alcançando 99% de uso de energia limpa.
No Litoral Norte, o Plano Litoral prevê R$ 550 milhões em investimentos até 2033, com R$ 150 milhões já aplicados em obras como a ETE Tramandaí, a retomada da ETE Osório e a modernização da ETE Guarani. As melhorias buscam resolver gargalos históricos no abastecimento, ampliar o tratamento de esgoto e fortalecer o turismo e a preservação ambiental.
A experiência nas enchentes de 2024 originou o Plano de Resiliência Hídrica, com R$ 1,8 bilhão previstos para 55 municípios, incluindo realocação de unidades, novos poços e reservatórios, além de estoques estratégicos de equipamentos para resposta rápida.
No aspecto social, a tarifa social foi ampliada para 673 mil famílias, beneficiando cerca de 2 milhões de pessoas. Programas como Aquarela e De Olho no Óleo reforçam a formação profissional e a educação ambiental.
Segundo projeção do Instituto Trata Brasil, os investimentos da Corsan até 2033 devem gerar 47,2 mil empregos anuais no Estado e R$ 40,7 bilhões em ganhos sociais até 2040, com impacto positivo em saúde, valorização imobiliária e preservação ambiental.
