Uma cobra da espécie urutu-cruzeiro (Bothrops alternatus) foi capturada pela Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) na orla de Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. O animal, considerado peçonhento, foi localizado em área urbana e resgatado com segurança pela equipe especializada. Posteriormente, foi devolvido à natureza em local afastado do contato com a população.
De acordo com a corporação, a presença da serpente na praia pode ter sido provocada pela forte ressaca registrada nos últimos dias, associada à passagem de um ciclone extratropical. O fenômeno teria arrastado detritos e animais silvestres do Rio Tramandaí até a faixa costeira.
A urutu-cruzeiro é uma das serpentes mais conhecidas do Brasil, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Ela costuma habitar áreas úmidas, como margens de rios, campos abertos e bordas de matas, mas também pode ser encontrada em plantações e regiões rochosas. A espécie também está presente em países vizinhos como Argentina, Paraguai e Uruguai.
Segundo o Instituto Butantan, trata-se de uma serpente terrestre e robusta, que pode ultrapassar 1,5 metro de comprimento. A peçonha é perigosa, embora menos potente do que a de espécies como a coral-verdadeira e a cascavel. Ainda assim, casos de acidentes exigem atendimento médico imediato e aplicação de soro antibotrópico (pentavalente).
A urutu-cruzeiro é reconhecida por suas características visuais marcantes, com desenhos semelhantes a ganchos de telefone ao longo do corpo e, em alguns casos, uma cruz no topo da cabeça, o que lhe rendeu o nome popular. Sua dieta, diferentemente de outras jararacas, é composta principalmente por mamíferos, mesmo em fase jovem.
A Patrulha Ambiental reforça a orientação para que moradores e veranistas não tentem capturar ou se aproximar de animais silvestres e acionem imediatamente as autoridades competentes em caso de avistamento.

