ONS recomenda retomada do horário de verão para ajudar a garantir segurança energética no Brasil

Foto: Arquivo/PMCC

Diante do aumento projetado no consumo de energia elétrica nos próximos anos, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou a reintrodução do horário de verão ainda em 2025. A proposta consta no Plano da Operação Energética (PEN 2025), divulgado na quarta-feira (9), e faz parte de um conjunto de medidas voltadas à preservação da estabilidade do sistema elétrico nacional.

De acordo com o ONS, a carga de energia deve crescer 14,1% até 2029, impulsionada por fatores como a expansão de data centers, maior uso de ar-condicionado, crescimento da indústria e aumento da frota de veículos elétricos. Esse cenário eleva a pressão sobre o sistema, especialmente nos períodos de maior demanda, como o início da noite, quando há redução na geração solar e aumento no consumo residencial e comercial.

O horário de verão, suspenso em 2019, é visto agora como uma alternativa simples e eficaz para suavizar essas chamadas “rampas de carga”. Ao adiantar os relógios em uma hora, a proposta busca um uso mais eficiente da luz natural no fim do dia, contribuindo para a redução do pico de consumo energético.

Além dessa medida, o ONS também defende a ampliação da capacidade termelétrica a partir de outubro deste ano, a fim de garantir maior flexibilidade e segurança no fornecimento de energia. O órgão propõe, ainda, a realização de leilões anuais de potência para contratação de recursos energéticos capazes de ser acionados sob demanda, reforçando a resposta do sistema em momentos críticos.

Outro ponto abordado no plano é a modernização das ferramentas de análise e simulação, com foco em tecnologias que ajudem a prever o comportamento do sistema frente aos novos perfis de consumo e geração descentralizada.

A recomendação será encaminhada ao Ministério de Minas e Energia e à Presidência da República, que devem avaliar sua viabilidade. A possível retomada do horário de verão pode se alinhar à agenda de transição energética do governo federal, ao mesmo tempo em que busca conciliar sustentabilidade, segurança no abastecimento e eficiência operacional no setor elétrico.

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