A proposta de construção do Porto Meridional em Arroio do Sal, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, foi tema de debate entre parlamentares durante o Grande Expediente da Assembleia Legislativa na última terça-feira (1º). O assunto dividiu opiniões, especialmente entre os deputados Halley Lino (PT) e Guilherme Pasin (PP), que usaram a tribuna para expor visões distintas sobre os impactos e a viabilidade do empreendimento.
Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Porto do Rio Grande, o deputado Halley Lino manifestou preocupação com a instalação do novo porto no norte do Estado. Ele alertou para o risco de desequilíbrios no sistema logístico gaúcho e cobrou do governo estadual uma atuação mais firme na mediação de eventuais conflitos entre os portos. O parlamentar defendeu a construção de um plano estratégico de infraestrutura portuária para o Rio Grande do Sul.
Em resposta, Guilherme Pasin argumentou que os defensores do projeto em Arroio do Sal não atuam contra o desenvolvimento da Metade Sul nem contra o Porto do Rio Grande. Segundo ele, o novo terminal responde a uma demanda logística e à necessidade de frear a evasão de cargas para estados vizinhos, como Santa Catarina e Paraná. Pasin ainda criticou manifestações do deputado Halley em redes sociais, interpretando-as como oposição direta ao desenvolvimento da região norte.
Outro parlamentar a se posicionar foi o deputado Issur Koch (PP), que reforçou apoio à construção do porto no Litoral Norte. Ele defendeu que o Estado tem capacidade para mais de um terminal portuário robusto e criticou o uso do perfil do Porto do Rio Grande como argumento contra o novo projeto. Koch destacou o potencial de atração de R$ 6 bilhões em investimentos privados, alertando que esse capital pode ser redirecionado a Santa Catarina caso não haja segurança jurídica e política no Rio Grande do Sul.
O projeto do Porto Meridional está atualmente em fase de licenciamento ambiental. A previsão é de que as obras se iniciem no primeiro quadrimestre de 2026, com operações a partir de 2028. O terminal poderá movimentar até 53 milhões de toneladas de carga por ano e receber navios de até 399 metros, consolidando-se como um dos maiores empreendimentos logísticos privados em desenvolvimento no Estado.