As exportações de carne de frango do Rio Grande do Sul registraram forte retração em junho, impactadas pelas suspensões impostas por diversos países após a confirmação de um caso de gripe aviária no Estado. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (7) pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o volume embarcado pelo RS no mês teve queda de 31,3% em comparação com o mesmo período de 2024.
Em nível nacional, a retração também foi expressiva: o Brasil exportou 343,4 mil toneladas de carne de frango em junho, uma diminuição de 21,2% frente ao mesmo mês do ano anterior. A queda é atribuída diretamente às restrições temporárias de importação aplicadas por parceiros comerciais em resposta ao episódio sanitário.
No acumulado do primeiro semestre, no entanto, os impactos no desempenho geral do setor ficaram diluídos. O volume total exportado pelo país caiu apenas 0,5%, enquanto a receita aumentou 5%, sinalizando estabilidade no cenário geral. No caso específico do Rio Grande do Sul, o semestre encerrou com queda de 1,62% no volume exportado e de 0,68% na receita obtida com as vendas internacionais.
Apesar das perdas pontuais, o setor já vislumbra uma retomada gradual. A publicação da autodeclaração do Brasil como livre de influenza aviária, junto à Organização Mundial de Saúde Animal, permitiu a reabertura de mercados em pelo menos 16 países. Ainda assim, importantes compradores como China, Chile e União Europeia seguem com restrições em vigor.
O Rio Grande do Sul também enfrenta dificuldades adicionais por conta de embargos relacionados a um foco da doença de Newcastle, detectado em 2024, o que mantém restrições em mercados relevantes, como o chileno e o chinês. A expectativa da indústria e de entidades do setor é de que, com a normalização do status sanitário, as exportações retomem fôlego no segundo semestre, revertendo parte das perdas registradas até agora.