Operação de parque eólico reacende disputa territorial entre Uruguai e Brasil na Fronteira Oeste do RS

Foto: Andre Avila/Agência RBS

A recente entrada em operação do Parque Eólico Coxilha Negra, localizado no município de Santana do Livramento, reacendeu uma disputa territorial histórica entre Brasil e Uruguai. O governo uruguaio voltou a reivindicar soberania sobre uma área de 237 quilômetros quadrados na região de fronteira, que inclui o território conhecido como Rincón de Artigas pelos uruguaios e Vila Albornoz pelo Brasil.

O Ministério das Relações Exteriores do Uruguai encaminhou ao Itamaraty um comunicado oficial no qual manifesta insatisfação por não ter sido informado sobre o início das obras do empreendimento, iniciado em 2021. No documento, Montevidéu reitera que a construção do parque não implica em reconhecimento da soberania brasileira sobre a área contestada e solicita a reabertura do diálogo bilateral sobre a demarcação da fronteira.

A origem do impasse remonta a 1934, quando o Uruguai alegou erro na localização do Marco 49-I, próximo à localidade de Masoller. Segundo as autoridades uruguaias, a comissão de delimitação de fronteiras teria utilizado um afluente equivocado do rio Quaraí, resultando na incorporação indevida de aproximadamente 22 mil hectares ao território brasileiro.

Apesar da tensão diplomática, não há registro de incidentes graves até o momento. Analistas classificam o episódio como uma disputa de baixa intensidade, sem expectativa de escalada militar ou ruptura nas relações entre os dois países. Ainda assim, o caso reacende debates sobre fronteiras no Cone Sul e a necessidade de mecanismos ágeis de mediação dentro do Mercosul.

O território em litígio aparece no Google Maps com uma linha pontilhada, indicação usada pela plataforma para zonas de disputa internacional — o mesmo recurso visual aplicado a áreas como a Crimeia, a Cachemira e o Saara Ocidental.

Até esta terça-feira (1º), o governo brasileiro ainda não havia se manifestado oficialmente sobre a nova nota diplomática enviada pelo Uruguai. Fontes do Itamaraty, no entanto, afirmam que a posição do Brasil permanece baseada no reconhecimento consolidado da atual linha de fronteira, estabelecida e aceita bilateralmente ao longo das últimas décadas.

Redação TV Litoral

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