O presidente do Irã, Masud Pezeshkian, anunciou nesta terça-feira (24) o fim do que classificou como “guerra de 12 dias imposta por Israel”, após a entrada em vigor de um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. A trégua, que começou na madrugada de hoje, encerra oficialmente o confronto iniciado no dia 13 de junho, quando Israel lançou um ataque contra o território iraniano.
A escalada teve início com bombardeios nos arredores de Teerã, que resultaram na morte do comandante da Guarda Revolucionária iraniana, Hossein Salami. A ofensiva marcou o início de uma série de ataques mútuos entre os dois países, com repercussões na região e envolvimento indireto de potências como Estados Unidos, China e Rússia.
A trégua foi anunciada pelo presidente americano Donald Trump na noite de segunda-feira (23) e previa 12 horas de cessar-fogo como condição para considerar o conflito encerrado. Apesar do acordo, nas primeiras horas desta terça, ambos os lados trocaram acusações de violar os termos da trégua.
O governo israelense afirmou que o Irã lançou um míssil em direção ao país às 7h06min (horário local), minutos após o horário combinado para o início da trégua. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou que havia ordenado uma resposta enérgica com ataques direcionados a alvos estratégicos no coração de Teerã. Do outro lado, o exército iraniano relatou que Israel promoveu três ondas de ataques antes das 9h da manhã, também violando o acordo.
Ainda que os dois países tenham admitido ações ofensivas nas últimas horas, o Irã declarou oficialmente o fim das hostilidades e o restabelecimento da trégua. O anúncio foi feito pela Agência de Notícias da República Islâmica, que divulgou uma mensagem de Pezeshkian exaltando a “resistência do povo iraniano” e o encerramento do conflito.
O confronto direto entre Irã e Israel atraiu atenção global, inclusive do Conselho de Segurança da ONU, que realizou reuniões extraordinárias sobre o tema. Além dos ataques em território israelense e iraniano, houve registros de ofensivas em outros locais, como uma base militar dos Estados Unidos no Catar, atingida na segunda-feira (23).
A tensão entre os dois países reacendeu preocupações geopolíticas em toda a região do Oriente Médio, impactando mercados financeiros e elevando os temores sobre segurança energética global, especialmente quanto ao controle do Estreito de Ormuz — rota estratégica para o transporte de petróleo.
O conflito de junho de 2025 aprofunda o histórico de rivalidade entre Israel e Irã, países que já foram aliados no passado e hoje ocupam polos opostos em disputas geopolíticas, religiosas e estratégicas no Oriente Médio.