A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta nesta terça-feira (24), quatro dias após cair de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, Indonésia. Natural de Niterói (RJ), Juliana realizava o trajeto ao lado de outros cinco turistas e um guia local no Parque Nacional Rinjani, quando, no sábado (21), decidiu interromper a caminhada alegando cansaço. O grupo seguiu viagem e a jovem ficou sozinha no local, vindo a despencar de uma área elevada.
As buscas enfrentaram sucessivas interrupções por causa do mau tempo e da dificuldade de acesso ao local do acidente. Juliana foi avistada por drones no domingo (23) e localizada nesta terça-feira a mais de 500 metros abaixo do penhasco. O corpo foi resgatado por equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia. A informação foi confirmada pela família e pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que lamentou a morte em nota oficial.
O caso de Juliana se soma a uma série de acidentes registrados na região nos últimos anos. Dados divulgados pelo governo indonésio em março de 2025 apontam que, entre 2020 e 2024, oito pessoas morreram e outras 180 ficaram feridas durante trilhas no Parque Nacional Rinjani — 44 dessas vítimas eram turistas estrangeiros. Só em 2024, foram 60 incidentes registrados, quase o triplo dos 21 de 2020. O recorde de mortes foi em 2023, com três vítimas fatais.
Além de Juliana, outros três estrangeiros morreram na região em acidentes recentes: o português Boaz Bar Anam, que caiu ao tentar tirar uma selfie no cume do vulcão; a suíça Melanie Bohner, que se acidentou em uma trilha não oficial do Monte Anak Dara; e o malaio Rennie, de 80 anos, que despencou de 80 metros após se soltar de uma corda de segurança.
Diante do aumento expressivo nos casos, o governo da Indonésia publicou, em março deste ano, um parecer com diretrizes para criação de protocolos padronizados de busca, resgate e evacuação no parque. Entre os principais tipos de acidentes registrados estão quedas e torções, que somam 134 ocorrências. Placas de alerta foram instaladas nas áreas de maior risco.
Juliana Marins era formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e estava em uma viagem solo pela Ásia desde fevereiro. Ela compartilhava sua jornada por países como Filipinas, Tailândia e Vietnã, refletindo nas redes sociais sobre os desafios e aprendizados da experiência.
O Ministério das Relações Exteriores informou que a embaixada do Brasil em Jacarta atuou desde o início das buscas, mobilizando autoridades locais no mais alto nível. O governo brasileiro transmitiu condolências à família e aos amigos da jovem.


