O recente ataque de Israel a instalações nucleares e de mísseis balísticos no Irã, ocorrido na madrugada de sexta-feira (13), elevou significativamente as tensões no Oriente Médio e já provoca reflexos na economia mundial. A ação militar israelense teve como objetivo conter avanços estratégicos do Irã em áreas consideradas sensíveis pela segurança nacional de Tel Aviv, como o desenvolvimento de armas nucleares e o fortalecimento do arsenal balístico iraniano.
A ofensiva resultou em uma resposta direta por parte do Irã, que, segundo fontes militares, lançou aproximadamente 200 mísseis em direção ao território israelense, intensificando o risco de uma escalada regional. Diante do cenário, os líderes dos dois países endureceram o tom. O governo israelense anunciou que as operações militares continuarão enquanto considerar necessário, enquanto Teerã prometeu retaliação severa.
As consequências imediatas do confronto foram sentidas nos mercados internacionais. O preço do petróleo disparou, com o barril do Brent ultrapassando os US$ 75, maior valor em quase cinco meses. Investidores adotaram uma postura mais cautelosa, deslocando recursos para ativos considerados seguros, como ouro e títulos do Tesouro americano. Ao mesmo tempo, moedas de países emergentes sofreram desvalorização.
No setor de aviação, Israel, Irã, Iraque e Jordânia fecharam seus espaços aéreos temporariamente, obrigando diversas companhias aéreas a cancelar voos e rever rotas, o que gerou custos adicionais com combustível e atrasos logísticos. O impacto também se refletiu no mercado interno israelense: a moeda local caiu quase 2% em relação ao dólar, supermercados ficaram lotados e parte da população demonstrou preocupação diante da possibilidade de um conflito prolongado.
A possível ampliação da guerra representa um risco direto ao comércio global, especialmente devido à importância estratégica do Estreito de Ormuz. Responsável por cerca de 20% do petróleo que circula mundialmente, o estreito é considerado um ponto sensível. Caso o Irã decida interromper a navegação na região, os preços dos combustíveis podem sofrer alta ainda mais acentuada, pressionando o custo de vida globalmente.
O temor de um conflito em larga escala também se intensifica devido à possibilidade de envolvimento de aliados regionais do Irã, como o Hezbollah e os Houthis. Um novo ciclo de hostilidades pode comprometer rotas marítimas essenciais, como o Mar Vermelho, e aumentar os custos de transporte internacional, situação semelhante à registrada em 2023 com os ataques a navios comerciais.
Para a economia global, os efeitos podem ser significativos. A atual instabilidade se soma a um contexto já fragilizado por medidas protecionistas e tarifas comerciais adotadas pelos Estados Unidos, o que tem afetado o comércio internacional. Em paralelo, tanto Israel quanto o Irã enfrentam desafios econômicos internos: Tel Aviv lida com os custos do conflito em Gaza e Teerã sofre os impactos de sanções internacionais, inflação elevada e desvalorização cambial.
Especialistas alertam que, caso o conflito se intensifique e comprometa ainda mais a estabilidade da região, o mundo pode enfrentar um novo ciclo de desaceleração econômica, com risco ampliado de recessão global.