Dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo Departamento de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul, revelam importantes desafios educacionais na região do Litoral Norte, que integra o Corede Litoral. Apesar de não estar entre as áreas com os piores índices de analfabetismo do estado, a região apresenta deficiências em diferentes níveis da educação formal, principalmente nos extremos da trajetória escolar.
A frequência de crianças de 0 a 3 anos em creches é inferior a 20%, o que evidencia a baixa cobertura na educação infantil para essa faixa etária. Entre as crianças de 4 a 5 anos, a taxa de escolarização está entre 90,1% e 95%, considerada alta, mas ainda aquém da cobertura total registrada em outras regiões. Para estudantes de 6 a 14 anos, a frequência escolar varia de 95,1% a 97%, indicando uma quase universalização do ensino fundamental, embora não alcance os índices mais elevados do estado. Entre adolescentes de 15 a 17 anos, a taxa de escolarização no Litoral Norte está entre 85,1% e 95%, dentro da média estadual.
Em relação ao nível de instrução da população com 25 anos ou mais, entre 35,1% e 45% têm, no máximo, o ensino fundamental incompleto — um percentual considerado intermediário no contexto estadual. Já a proporção de pessoas com ensino superior completo é baixa na região, variando de 8,1% a 12%, índice inferior ao observado nas regiões mais desenvolvidas do estado.
A média de anos de estudo também evidencia disparidades: entre jovens de 18 a 24 anos, o índice varia entre 10,1 e 11 anos; já entre adultos com 25 anos ou mais, a média está entre 8,6 e 9,5 anos.
O levantamento mostra ainda que os melhores indicadores de escolarização estão concentrados nas regiões metropolitanas, enquanto áreas como Sul, Centro-Sul e Vale do Rio Pardo apresentam os piores resultados. As estatísticas também apontam desigualdades estruturais: mulheres e pessoas brancas têm, em média, mais anos de estudo do que homens e pessoas negras, refletindo desigualdades raciais e de gênero ainda presentes no estado.