Durante a abertura do Debate Geral da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou sanções unilaterais aplicadas pelos Estados Unidos e alertou para o avanço do autoritarismo no mundo. Segundo Lula, intervenções e sanções arbitrárias fragilizam o multilateralismo e ameaçam a democracia global.
O presidente brasileiro destacou que o Brasil, mesmo sob pressões externas, tem resistido e defendido instituições democráticas reconquistadas há 40 anos. Ele se referiu às sanções econômicas impostas pelo governo norte-americano, que incluem tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e restrições a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, além de sanções recentes à esposa de Moraes.
Logo após, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou e comentou sobre sua relação com Lula. Trump afirmou que os dois líderes tiveram um breve encontro na ONU, durante o qual perceberam uma “química excelente” e se comprometeram a se reunir na próxima semana. Ele classificou Lula como “um homem muito agradável” e disse que gosta de fazer negócios com pessoas de quem gosta.
Trump também comentou sobre as tarifas impostas pelo Brasil a produtos americanos, chamando-as de “imensas e injustas”, e afirmou que as medidas norte-americanas têm o objetivo de proteger a soberania e os direitos dos cidadãos dos EUA. Apesar das críticas às políticas comerciais brasileiras, Trump ressaltou que o Brasil pode “se dar bem” caso trabalhe em cooperação com os Estados Unidos.
O episódio evidencia o tensionamento nas relações bilaterais, mas também abre caminho para diálogo entre os dois presidentes, com encontros bilaterais previstos para a próxima semana.