A indústria brasileira projeta mudanças significativas na composição de sua força de trabalho nos próximos dez anos, com a demanda cada vez maior por profissionais especializados em áreas da nova economia, como energias renováveis e inteligência artificial. Funções repetitivas e operacionais tendem a ser substituídas por atividades que exigem análise, criatividade e tomada de decisão.
Levantamento do Observatório Nacional da Indústria (ONI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), identificou 16 cargos estratégicos e 34 tendências que terão crescente relevância no setor. Entre os profissionais de nível técnico, destacam-se: técnicos em microrredes e energias renováveis (30% das empresas), em cibersegurança industrial (25%), manufatura aditiva/Impressão 3D (25%), manutenção preditiva (15%), IIoT e conectividade industrial (10%), operação de robôs e drones autônomos (10%), realidade aumentada/virtual (10%) e sensoriamento remoto e geotecnologias (8%).
No nível superior, os cargos mais demandados incluem gerente de inovação aberta e colaborativa (27%), gestor de sustentabilidade e economia circular (20%), especialista em gêmeos digitais e modelagem virtual (15%), especialista em governança algorítmica e ética digital (12%), cientista de dados industrial (12%), engenheiro de machine learning e IA industrial (10%), engenheiro de edge computing (8%) e arquiteto de soluções blockchain para cadeias de suprimentos (5%).
Além das qualificações técnicas, habilidades e capacidades serão cada vez mais valorizadas. Entre as competências consideradas críticas estão análise e avaliação de dados, aprendizagem ativa, fluência digital, resolução de problemas complexos, operação e monitoramento de processos, pensamento crítico, comunicação, julgamento e tomada de decisões, além de gestão de recursos materiais. Capacidades cognitivas e comportamentais, como raciocínio indutivo e dedutivo, percepção de problemas, visualização, flexibilidade, raciocínio abstrato, velocidade perceptiva, expressão oral e coordenação motora, também ganham destaque.
Segundo especialistas da CNI, a preparação das instituições de ensino ainda não acompanha a velocidade dessas mudanças, exigindo maior integração entre indústria e educação para formar profissionais alinhados às necessidades da economia do futuro.