Um terremoto de magnitude 8,8 foi registrado nesta quarta-feira (30) na costa da Península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia. O tremor, considerado o mais intenso desde o desastre de Tōhoku, no Japão, em 2011, gerou alertas de tsunami para diversos países banhados pelo Oceano Pacífico.
Segundo informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o epicentro foi localizado no mar, a cerca de 320 quilômetros do território russo, a uma profundidade de 36 quilômetros. O fenômeno provocou ondas de até quatro metros em áreas costeiras desabitadas da Rússia e foi sentido em outros países, incluindo Japão, Estados Unidos, Canadá e regiões do Alasca e Havaí.
O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico confirmou que as ondas já perderam força, mas ainda há risco de marés elevadas e correntes marítimas anormais. Autoridades locais continuam monitorando o deslocamento das águas e recomendam que a população evite áreas costeiras nas próximas 24 horas.
Na região de Kamchatka, pelo menos 12 cidades registraram danos estruturais e interrupção no fornecimento de energia elétrica. Até o momento, não há confirmação de vítimas. No Japão, ondas de até 1,2 metro atingiram as regiões de Hokkaido e Aomori, forçando o fechamento de escolas e a evacuação de cerca de 20 mil pessoas. Nos Estados Unidos, praias foram interditadas por precaução no Havaí e na Califórnia.
Com esse registro, o tremor de Kamchatka torna-se o sexto mais forte desde o início das medições modernas. Supera eventos recentes como os sismos na Turquia e Síria em 2023 (7,8) e no Alasca em 2021 (8,2). A região já havia sido palco de outro forte terremoto em 1952, com magnitude 9,0.
Kamchatka está localizada no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, uma área de intensa atividade sísmica e vulcânica que inclui países como Japão, Indonésia, Chile e México. Desde 2011, pelo menos dez terremotos com magnitude superior a 8,0 foram registrados no mundo, mas nenhum havia ultrapassado os 8,6 da Indonésia, em 2012, até o episódio atual.
O maior terremoto já registrado ocorreu em Valdivia, no Chile, em 1960, com magnitude 9,5. Especialistas afirmam que, apesar de não haver um limite absoluto, a crosta terrestre dificilmente suportaria abalos superiores a magnitude 10. O tremor desta quarta-feira libera uma energia dezenas de vezes superior à de abalos moderados e reforça os riscos permanentes para as regiões localizadas nas zonas de convergência de placas tectônicas.
