Os 10 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica abertos nesta semana no Hospital Universitário de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, estão temporariamente sem funcionar devido à ausência de médicos intensivistas para compor as escalas de plantão. A situação foi constatada na noite desta quarta-feira (23) pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), durante uma vistoria técnica na unidade hospitalar.
Segundo o Simers, a ausência de profissionais resultou em uma situação crítica: uma médica precisou trabalhar por 36 horas ininterruptas para garantir a assistência a uma criança que necessitava de suporte ventilatório. A paciente foi transferida para outra UTI somente após o esgotamento da equipe médica. O caso será reportado ao Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers) para análise.
Os leitos foram inaugurados oficialmente na última segunda-feira (21), como parte da Operação Inverno Gaúcho, do governo estadual, que prevê o custeio das vagas por um período de 90 dias. Além das UTIs pediátricas, também foram criados oito leitos de suporte respiratório na chamada Clínica da Criança, reaberta na mesma data.
O Hospital Universitário de Canoas é gerido pela Associação Saúde em Movimento (ASM). A organização informou estar em tratativas com uma empresa médica para assumir os atendimentos, com previsão de assinatura de contrato ainda nesta quinta-feira (24).
A Prefeitura de Canoas, por sua vez, declarou ter notificado a entidade gestora e afirmou que está tomando providências para assegurar o atendimento aos pacientes da cidade e aos que são encaminhados via regulação estadual.